sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Andei lendo - O Morro dos Ventos uivantes

Não é nada fácil falar de um livro que te provocou tantas emoções. Até agora não consigo discernir o que achei de ' O Morro dos Ventos uivantes'.



Vou explicar, eu comecei a ler esse livro achando que seria um romance lindo como todo mundo anunciava. Confesso que fui enganada pelo anúncio na edição que eu li da Editora Lua de Papel ( esse da foto). A chamada principal era que o livro é o favorito da Bella e do Edward da série Crepúsculo. Não sou nenhuma fã da série, mas talvez por isso esperava que o livro fosse  um romance na versão plena da palavra.

Porém não é, no meio do livro entendi que se trata mais de uma estória de paixão e vingança. Há sim, o amor entre Catherine e Heathcliff porém esse é doentio e obessessivo.

O livro tem dois narradores, o Sr. Lockwood que procurou sossego numa região mais distante da Inglaterra e se instalou na Granja do Tordo, vizinha do Morro dos Ventos uivantes. E a governanta Nelly que conta a história dos moradores do Morro.

Quando Lockwood vai visitar os vizinhos no Morro dos Ventos uivantes, ele se depara com uma família para lá de estranha e achou todo mundo muito mal educado e grosseiro, principalmente o dono da casa, Sr. Heathcliff.

Mesmo com a recepção nada calorosa o Sr. Lockwood tem que passar a noite no Morro, já que não poderia voltar para casa em segurança, devido aos pantânos existentes no lugar. Então ele passa a noite em um quarto e algo estranho acontece. Ele ouve alguém na janela pedindo para entrar, uma moça. Porém não há ninguém.

Quando amanhece o dia, ele muito irritado com a forma em que era tratado pelos moradores, resolve ir embora o quanto antes. Porém conta para Heathcliff o que lhe aconteceu a noite e este desaba aos prantos.

Sem entender nada, Lockwood volta para a Granja e conta para a governanda, Nelly, o acontecido. E esta relata que conhece muito bem os personagens daquela casa e principalmente os seus passados.

É ai que começa a trama, Heathcliff era um menino quando o pai de Catherine e Earnshaw trouxe-o pra casa e adotou ciganinho. Apesar da repulsa inicial, Catherine fez logo amizade com Heathcliff.Earnshaw nutria raiva por ele, já que seu pai dava mais atenção ao adotado do que ao filho biológico.

Eis que o pai de Catherine morre e Earnshaw assume a  direção da casa. Assim Heathcliff  se torna cada vez mais empregado da casa do que irmão, se tornando selvagem e sem modos. Mesmo assim Catherine mantém amizade e um certo amor platônico por Heathcliff. Nessa época ela conhece o vizinho Edgar, pertencente a uma família rica e com posses e vê nele seu futuro.  Em uma noite quando está confessandos suas pretenções a Nelly, governanta da casa, ela declara que vai se casar com Edgar pois Heathcliff é sem modos e não possui estudos ou posse.

Heathcliff ouve e fica revoltado. Assim foge e volta 3 anos mais tarde, mais apessoado e com posses. Porém Catherine está casada com Edgar.

No parto Catherine morre, deixando Edgar e Heathcliff desolados. Porém o último está empenhado em se vingar de todos que eu dia lhe fizeram mal. Sem escrúpulos, faz as coisas mais maldosas e traiçoeiras sem ter arrependimentos.

Sempre nutrindo cada vez mais o amor obssessivo por Catherine, mesmo ela estando morta.

É nesse ponto que nos deparamos com as emoções mais intensas, os personagens se mostram nus e crus, sem rótulos, sem fantasias, apenas humanos com o seu visceral exposto, dilacerado.

Certas atitudes me revoltaram, me indignaram, me causaram repulsa. E acho que esse é o mérito da escritora, trazer os sentimentos mais obscuros à tona.

Indico o livro para quem tiver afim de ler um livro intenso sem firulas. Com paciência e com intuito certo, ele é uma ótima leitura.
 
Agora pretendo assistir os filmes que foram baseados no livro, apesar de ler muitas críticas que eles não retratam a intensidade de todos os personagens. Focando quase sempre apenas em Catherine e Heathcliff.